Como utilizar a tecnologia de forma ética, respeitando o desenvolvimento dos estudantes?
Quais são os melhores recursos tecnológicos educacionais? Perguntas como essas já fazem parte do cotidiano dos educadores, que buscam mais informações sobre tecnologias educacionais para transformarem seus espaços educativos.
Com finalidade pedagógica, é possível utilizar os recursos tecnológicos para promover a criação e a experimentação dos estudantes, ampliando seu repertório e a possibilidade de conhecimento. É por isso que a tecnologia deve ser um recurso sempre orientado para uma aprendizagem significativa.
Nesse conteúdo, entenda mais sobre o contexto das tecnologias educacionais no Brasil e seu impacto no desenvolvimento dos estudantes, além de conhecer alguns exemplos de tecnologias inovadoras e exemplos de sucesso em sua implementação.
História e evolução das tecnologias educacionais
As tecnologias digitais transformaram profundamente a educação no Brasil, mas essa revolução ainda enfrenta desafios significativos. Para entender mais sobre o contexto das tecnologias digitais no Brasil, primeiro é preciso analisar a realidade de acesso: dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2023, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que 91,9% dos estudantes brasileiros possuem acesso à internet.
Contudo, é possível observar que o acesso ainda não é democratizado em território nacional – e os impactos que essas diferenças provocam na realidade dos estudantes. Dois contextos são relevantes para entender o cenário brasileiro: as diferenciações entre a rede pública e a privada; e as diferenças por região geográfica.
Analisando o primeiro contexto, entre a rede privada e a pública, já é possível observar diferenças: na rede pública, a porcentagem de estudantes com acesso à internet é de 89%, enquanto, na rede privada, chega a 98%.
Observando o segundo cenário, fazendo o recorte por região, se constata que, no Norte, a porcentagem de estudantes com acesso decai para 82%, enquanto no Sul, alcança quase 90%.
A desigualdade no acesso à tecnologia acompanha também a desproporção no conhecimento dos recursos e na implementação de projetos tecnológicos nos espaços educacionais. Entretanto, a educação brasileira tem apontado um caminho direcionado para a utilização das tecnologias educacionais: a cultura digital.
Com a promulgação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em 2017, dez competências gerais foram definidas para promover a equidade e a formação integral de todo estudante brasileiro: intelectual, social, físico e emocionalmente. Dentre elas, a quinta competência geral foi escolhida como “cultura digital”. Segundo a BNCC, a definição da quinta competência geral é: “Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. Essa competência reconhece o papel fundamental da tecnologia e estabelece que o estudante deve dominar o universo digital, sendo capaz, portanto, de fazer um uso qualificado e ético das diversas ferramentas existentes e de compreender o pensamento computacional e os impactos da tecnologia na vida das pessoas e da sociedade.”
A orientação da BNCC é clara ao incentivar que as escolas integrem a tecnologia não apenas como ferramenta, mas como um componente essencial para a formação crítica e cidadã dos estudantes.
Ao orientar a educação brasileira para integrar a cultura digital como componente de formação básica, a BNCC também instrui os espaços educacionais a desenvolverem em seus estudantes diversos outros saberes e habilidades relacionados – como letramento digital, cidadania digital e pensamento computacional, por exemplo – para que a formação seja integral.
Apesar dos desafios, a integração das tecnologias educacionais apresenta um caminho promissor para reduzir desigualdades e promover uma educação mais inclusiva e adaptada às necessidades do século XXI. Os recursos vieram também como tentativa de aproximar mais as realidades díspares – como a diferença entre regiões brasileiras, por exemplo –, ainda mais após os impactos da pandemia de Covid-19 na educação. Diante disso, as tecnologias educativas se tornaram também ferramenta para a recomposição de aprendizagem de centenas de estudantes brasileiros.
Impacto das tecnologias no ensino e aprendizado
Com uma perspectiva educacional inovadora, as novas tecnologias podem, de fato, transformar os ambientes acadêmicos. Isso porque, elas podem se tornar recursos muito interessantes quando utilizadas com intencionalidade pedagógica.
Em outras palavras, as tecnologias educativas podem auxiliar o educador a impulsionar ainda mais as potencialidades de seus estudantes, de maneira individual, respeitando seu processo de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, pensar tais recursos em conjunto com uma educação personalizada é transformador para a experiência do estudante.
Ao explorar o potencial pedagógico de cada um desses recursos, o educador pode favorecer o estudante em suas habilidades ao mesmo tempo em que o supre com mais recursos em suas dificuldades.
Além disso, as ferramentas contribuem para o protagonismo dos estudantes, possibilitando que eles se tornem, de fato, o centro de seus processos de ensino e aprendizado ao poderem utilizar as ferramentas de modo autônomo, mediados e incentivados pelo educador.
Para impulsionar as novas tecnologias, trazemos cinco tendências que podem acelerar a implementação de projetos nos espaços educativos:
É muito relevante destacar que o impacto só é transformador a partir da utilização intencional das ferramentas. A educadora Maria Elizabeth Bianconcini, docente da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), afirmou em entrevista para a Nova Escola que, para que os recursos sejam bem utilizados, é preciso ir além da inclusão digital.
“Quando falamos do uso com intencionalidade pedagógica, estamos falando de uma utilização que realmente integra as funcionalidades que as tecnologias oferecem aos objetivos de aprendizagem, ou seja, ao próprio currículo.”
Tecnologias inovadoras na educação atual
Falando sobre inovação tecnológica na educação, há muito a ser explorado! Descubra cinco avanços tecnológicos de grande impacto para a educação atual:
- Novas realidades: aqui, podemos citar a realidade aumentada e a realidade estendida, além dos mundos e realidades virtuais;
- Computação: destaque para a robótica e, ainda mais recente, para os avanços da inteligência artificial;
- Macrodados: grande impacto na análise de aprendizagem dos estudantes, medindo progressos e realizando sondagens;
- Conectividade: com o 5G, há uma melhora na integração síncrona de plataformas, dispositivos e softwares destinados à aprendizagem;
- Ferramentas: atualização relevante de LMS e novas plataformas, aplicativos, videogames e robôs para gamificação.
Realidade aumentada e virtual
Quando investigamos mais a fundo as novas realidades, a realidade virtual e a realidade aumentada merecem destaque! Conheça um pouco mais sobre a diferença entre as duas realidades abaixo:
● A realidade virtual cria um mundo virtual próprio para o usuário, digital e independente, com interação feita através de aparelhos específicos, como óculos ou capacetes. É nela que se pode vivenciar o metaverso!
● A realidade aumentada mescla elementos do universo real e do digital, com interações via celular ou notebook que ampliam a experiência. O Google Arts & Culture é um ótimo exemplo de realidade aumentada. O aplicativo reúne mais de 2 mil instituições culturais de 80 países e é uma verdadeira experiência!
Plataformas de ensino
Há diversas tecnologias digitais que podem ajudar a construir um futuro mais transformador e sustentável! Conheça algumas delas e experiencie com sua comunidade de aprendizagem:
● Moodle;
● Google Classroom ;
● Canvas;
● Coursera;
● LMS estúdio;
● Udemy;
● ATutor.
Exemplos de sucesso na implementação de tecnologias educacionais
O Projeto GET (Ginásio Educacional Tecnológico), inaugurado em 2022 pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, foi pensado para possibilitar aos estudantes da rede pública acesso às novas tecnologias educacionais.
Com impressoras 3D, computadores, tablets e laboratórios voltados para explorar a cultura maker, o projeto tem mostrado excelentes resultados para trabalhar o currículo da rede. Em todo o Rio de Janeiro, já são mais de cem unidades do Projeto GET!
O Portal Educação Imersiva, criado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), busca garantir a formação continuada dos educadores, fortalecendo o laço entre educação e tecnologia. O projeto tem por objetivo ampliar o uso das tecnologias inovadoras, em especial as chamadas “mídias imersivas”, como realidade virtual, realidade aumentada e games.
Quer saber mais sobre a evolução das tecnologias educacionais? Então visite a comunidade da Eduko e descubra novas possibilidades, conheça novos projetos e transforme a realidade de sua comunidade!