Educação Climática: formando cidadãos conscientes

A integração da Educação Climática nos currículos educacionais representa um componente essencial na conscientização mais profunda acerca deste tema, motivando os estudantes e cidadãos do mundo a agirem em direção às metas de sustentabilidade.

Um tema de abrangência global, a educação climática também será discutida no Congresso Eduko 2024, de maneira que os profissionais da educação possam aprofundar seus conhecimentos, encorajando os estudantes a transformarem suas ações e comportamentos.

A fim de mitigar as mudanças climáticas, preparamos este artigo com propostas de iniciativas pedagógicas que possam ajudar os atores da educação e assim, fortalecer o processo ensino-aprendizado com seus estudantes.

O que você vai ver neste artigo:

O que é educação climática e porque é importante?

Como integrar a educação climática no currículo pedagógico

Projetos interdisciplinares sobre mudanças climáticas

Atividades práticas e experimentos

Recursos para ensinar sobre mudanças climáticas

Exemplos de espaços educacionais que estão fazendo a diferença

Boa leitura!

O que é educação climática e porque é importante?

A educação climática refere-se à conscientização sobre as causas e efeitos das mudanças no clima em todo o planeta e é essencial para capacitar cidadãos, em especial os estudantes a se tornarem agentes de mudança e preservação ambiental

É importante porque capacita estudantes neste tema contemporâneo, também cidadãos, com o conhecimento e as habilidades necessárias para enfrentar e mitigar os efeitos adversos do aquecimento global.

No contexto brasileiro, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) orienta a inclusão de competências que promovem a compreensão e ação em relação às questões climáticas, visando a formação de uma sociedade mais justa e sustentável.

Guy Ryder, diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), destacou a importância da educação climática ao afirmar:

 “Precisamos preparar a juventude para este mundo em mudança. A educação ambiental pode ajudar os estudantes a resolver a crise climática e desenvolver as habilidades, o otimismo e a determinação para liderar o movimento ambiental de amanhã.”

Esta citação ressalta a responsabilidade da educação na formação de cidadãos conscientes e ativos na busca por sustentabilidade e na luta contra as mudanças climáticas globais.

Como integrar a educação climática no currículo pedagógico

Integrar a educação climática ao currículo pedagógico não é apenas uma necessidade no contexto socioambiental, mas também, uma meta da Convenção sobre os Direitos da Criança, adotada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em 20 de novembro de 1990, a qual planeja incluir educação ambiental nos currículos até 2025.

Sugerimos a seguir, algumas propostas pedagógicas úteis na criação do seu plano de aula sobre mudanças climáticas:

  • Programas de Educação Ambiental na comunidade, que envolvam os estudantes junto à comunidade local, que incentivem ações de plantio de árvores, limpeza de áreas verdes ou debates sobre soluções sustentáveis para problemas locais.
  • Currículo integrado sobre mudanças climáticas em diferentes disciplinas, como ciências, geografia, matemática e até mesmo literatura, que ajuda os estudantes a entenderem a complexidade do tema e suas implicações em várias áreas do conhecimento.

Projetos interdisciplinares sobre mudanças climáticas

Seus benefícios incluem o estímulo à criatividade e a inovação na busca por soluções sustentáveis, preparando os estudantes para contribuir ativamente na construção de um presente e um futuro mais sustentável e resiliente às mudanças climáticas.

Esses projetos são fundamentais para atingir as metas de sustentabilidade globais e promover uma educação que transcende o currículo tradicional, engajando os estudantes em questões reais e urgentes.

Seguem abaixo algumas ideias a serem propostas:

Projeto de Arborização: estudantes de diferentes disciplinas podem colaborar para planejar e executar o plantio de árvores nativas no espaço educacional, aprendendo sobre botânica, ecologia e a importância das árvores no equilíbrio climático.

Campanha de Conscientização sobre Resíduos: Desenvolvimento de uma campanha interdisciplinar que envolva a comunidade de ensino na reciclagem e no manejo adequado de resíduos, destacando o impacto do lixo no clima e na saúde pública.

Monitoramento Meteorológico Juvenil: Criação de uma estação meteorológica em que os estudantes poderiam construir instrumentos simples, como termômetros, anemômetros e pluviômetros, usando materiais recicláveis ou de baixo custo. Eles seriam responsáveis pela coleta e análise de dados climáticos, integrando prática à teoria em matemática, física e geografia.

Feira de Ciências Climáticas: Organização de uma feira onde os estudantes possam apresentar projetos e experimentos relacionados às mudanças climáticas, promovendo a integração de áreas como química, biologia e ciências sociais.

Simulações de Impacto Ambiental: Utilização de softwares de simulação da ação climática para que os estudantes possam visualizar os efeitos das mudanças climáticas em diferentes ecossistemas, incentivando o aprendizado prático e crítico sobre ação humana e meio ambiente.

Atividades práticas e experimentos

No começo, pode parecer complexo, no entanto, utilizando a criatividade e realizando as pesquisas adequadas, torna-se viável integrar essa temática ao currículo pedagógico dos estudantes de todas as idades.

Veja algumas ideias e experimentos que podem ser utilizados e/ou adaptados nos ambientes educacionais e aplicados em diversas faixas etárias:

  • Prática pedagógica em literatura: por meio de atividades que estimulam a reflexão crítica e a compreensão profunda dos fenômenos climáticos, enquanto desenvolvem habilidades de leitura e análise literária;
  • Estudos de caso reais, que mostrem o impacto da urbanização e poluição da própria cidade;
  • Incentive a construção de argumentações a partir de pesquisas na internet sobrenotícias climáticas em outras partes do mundo que contrastem com nossa realidade;
  • Atividades ao ar livre, como trilhas e visitas à Mata Atlântica para observar os efeitos das mudanças climáticas e voluntariado em projetos de reflorestamento, que contribuem para a mitigação desses efeitos e para a conservação da biodiversidade local.
  • Participação familiar, em atividades externas para para desenvolver uma consciência sustentável nas comunidades;
  • Projetos comunitários: Engajamento em hortas comunitárias e arborização urbana para aprendizado coletivo sobre o clima.

Recursos para ensinar sobre mudanças climáticas

Equipar os espaços educacionais para ensinar sobre mudanças climáticas é uma etapa importante para trazer conhecimento contínuo e consistente sobre o tema, em que sugerimos os seguintes recursos:

  • Material Didático Atualizado: Livros, artigos e recursos digitais que abordem as mais recentes pesquisas e descobertas sobre o clima.
  • Laboratório de Ciências: Equipamentos para experimentos práticos que demonstrem os conceitos de meteorologia e impactos ambientais.
  • Programas de Computador: Softwares de modelagem climática e simulações que ilustram as mudanças climáticas e seus efeitos.
  • Espaço Verde: Um jardim ou área ao ar livre onde os estudantes possam aprender sobre ecossistemas e a importância da biodiversidade.
  • Parcerias com Organizações Ambientais: Conexões com grupos locais e globais para proporcionar aos estudantes experiências práticas e aprendizado sobre iniciativas de sustentabilidade.

Exemplos de espaços educacionais que estão fazendo a diferença

Com o debate ativo sobre a educação ambiental e mudanças climáticas, e também por meio de projetos estudantis, os resultados são um impacto significativo na compreensão e no engajamento dos estudantes.

Ainda é possível abordar a educação climática no contexto regional, por exemplo, com assuntos de sustentabilidade no espaço educacional, focando no estudo do impacto da urbanização no clima.

O “Projeto Escola Ambiente Sustentável“, realizado na Escola Estadual Batista de Oliveira em Juiz de Fora, Minas Gerais, por exemplo, integra uma série de atividades mensais, as quais são meticulosamente alinhadas com diversos temas e eventos pertinentes ao calendário acadêmico.

Uma das iniciativas é referente ao combate do mosquito Aedes aegypti, vetor de patologias significativas como a dengue.

Projeto com temas de saúde pública, dietas saudáveis, atividade física regular e conscientização ambiental também são promovidos nessa instituição, transformando práticas cotidianas em ações positivas para o meio ambiente.

Um exemplo, é a Escola Sustentável “Mar Chiquita” na Argentina, que integra práticas ambientais tratando as mudanças climáticas por meio da educação.

Este espaço educacional incorpora práticas ecológicas em seu currículo, promovendo a conscientização sobre as mudanças climáticas e incentivando ações que contribuem para a mitigação de seus efeitos.

Por meio de estudos técnicos e ações concretas, o projeto busca mapear e promover políticas e planos que adaptem o território aos efeitos climáticos adversos, incentivando a participação ativa dos cidadãos.

Concluindo, para que os estudantes sejam embaixadores do tema em suas comunidades, é preciso fornecer, conforme o artigo “Educação em mudanças climáticas no contexto brasileiro: uma revisão integrada”, de Larissa Zezzo e Priscila Pereira Coltri:

os conhecimentos e habilidades para saber como responder às mudanças climáticas, por intermédio do pensamento crítico e do desenvolvimento de abordagens sistêmicas, que permitem a identificação de inter relações de questões problema, sendo parte fundamental da alfabetização climática”.

No site da Comunidade Eduko, os profissionais da educação possuem acesso a conteúdos diversificados sobre as urgências do agora, e ainda ficam por dentro de tudo que vai acontecer no Congresso Eduko de 2024!

Esse é o seu chamado para ser protagonista da mudança: veja as atrações confirmadas e junte-se a nós no Congresso Eduko 2024 para uma troca de conhecimentos e experiências inestimáveis, com foco na educação climática e nas urgências do agora.